Virgínia Quaresma: pioneira, negra, lésbica e jornalista — resistência ontem e hoje
Por Carolina Rosa
No dia 7 de abril, quando celebramos o Dia do Jornalista no Brasil, é urgente lembrar que a história da imprensa também é feita de resistência — especialmente quando olhamos para corpos que sempre estiveram à margem. Uma dessas figuras é Virgínia Quaresma, considerada a primeira jornalista negra do Brasil. Nascida em Portugal, em 1882, e radicada no Brasil, Virgínia desafiou todas as expectativas de seu tempo: era mulher, negra, lésbica e jornalista em uma sociedade que negava espaço e voz a quem ousava ser tudo isso ao mesmo tempo.
Virgínia não apenas abriu caminhos como mulher na imprensa — profissão que, até hoje, segue majoritariamente ocupada por homens brancos —, mas também assumiu publicamente sua orientação sexual em uma época marcada ...