quinta-feira, setembro 18

Autor: Clube de Criadores EduCapão

Pixação: ato de criminalização, permanência e disputa por espaço urbano
Juventudes

Pixação: ato de criminalização, permanência e disputa por espaço urbano

Pixador sobre escada realiza inscrições em parede já ocupada por pixos e lambe-lambes religiosos. – Foto: P/SP*Osso / acervo pessoal Por Maia Aiello “Enquanto existirem muros, existirão as pixações”. A afirmação é de P/SP*Osso, pixador desde 1985, morador do Grajaú, Zona Sul de São Paulo, e um dos mais antigos da cidade. Com quatro décadas de atuação, ele acompanhou de perto a consolidação do pixo como prática cultural nas periferias paulistanas. Na Zona Sul de São Paulo, região marcada por menor presença de equipamentos culturais e serviços públicos em comparação com áreas centrais, a pixação continua presente como forma de expressão entre grupos de jovens das periferias. Mesmo sendo criminalizada por legislações específicas, alvo de campanhas institucionai...
Chapadão mudou de cor
Juventudes

Chapadão mudou de cor

Grafiteiros se reúnem para realizarem painéis artísticos em rua do Jardim Dom José, no Capão Redondo Por Liam Coelho  Em fevereiro de 2025, houve um movimento de chamada coletiva entre artistas para colorir os muros da rua Chapadão, no bairro Jardim Dom José, na zona sul da capital, dentre eles estavam os artistas Jailson Ribeiro (@Pichyart) e Beça-k (@sucesso.inc).  Os artistas se reuniram para além de uma intervenção, Pichy conta que a escolha do local é mais um dos diversos encontros que eles participam ao serem chamados.  “Como eu trabalho com grafite já no meu dia a dia, então, nesses eventos eu vou mais pra curtir pra ver o pessoal, pra interagir com a galera”, contou. “Nós juntamos o útil ao agradável em fazer isso aqui,  porque você vê toda ess...
Terreiros como espaços de preservação da cultura e identidade afro-indígena
Juventudes

Terreiros como espaços de preservação da cultura e identidade afro-indígena

Templo Caboclo Itarobá das 7 Montanhas. Foto: Nego Júnior Por Ágapy“Você sente um acolhimento ali dentro, mas você não pode passar constantemente dentro daquela ‘cúpula’ que é a sua religião, então você tem que sair. Por mais que seja difícil ter essa responsabilidade lá dentro e todos ao meu redor tentando me ensinar", foi o que nos disse o Babalorisá Lucas ty Oxumare, sobre ter sido uma criança criada dentro de uma casa de axé. “Sair daquilo e ver todo mundo falando o contrário, que é errado, é muito mais conflitante do que você ter ali sua responsabilidade de pegar o igbá do seu santo, acender uma vela e colocar uma água na sua quartinha”, completou o Babalorisá, que é o sacerdote nas religiões afro-brasileiras.Desde o início da colonização do Brasil por Portugal, os indígen...
Diversão e cuidado para crianças periféricas
Juventudes

Diversão e cuidado para crianças periféricas

Conheça três locais que oferecem arte e cultura para crianças na zona sul Por Dalila Victória Com o intuito de democratizar o acesso à cultura e à arte e com foco no desenvolvimento integral das crianças, o Centro de Educação Unificado (CEU), o Centro para Criança e Adolescentes (CCA) e o Programa Curumim do Sesc, são espaços que oferecem atividades nas mais diversas áreas do conhecimento para crianças periféricas da zona sul de São Paulo.</p>Curumim O Programa Curumim, realizado pelo Sesc, é destinado a crianças de 7 a 12 anos, oferece atividades socioeducativas em diversas áreas como artística, ambiental, nutricional, entre outros. Com oficinas, jogos e passeios, as crianças são incentivadas a desenvolver a autoestima, a autonomia e o pensamento crítico. Na zona sul, o pro...
A resistência de vozes negras e periféricas na literatura brasileira
Juventudes

A resistência de vozes negras e periféricas na literatura brasileira

Por Ingrid Hora A literatura brasileira foi historicamente formada por homens brancos, que tinham boas condições financeiras e ocupavam o papel de publicar e consumir livros, o que resultou na construção de um cenário centralizado nesse público.  Hoje, esse contexto vem se transformando, e as produções textuais também acontecem dentro das periferias, carregando uma bagagem cultural diversa. A escritora e linguista Conceição Evaristo criou o termo “escrevivência”, em sua dissertação de mestrado, que significa relacionar quem escreve às suas vivências pessoais e coletivas, fazendo da escrita um canal de manifestação para histórias marginalizadas. Através da “escrevivência”, a literatura existe e resiste dentro das periferias. Acervo literário da Casa Baderna, centr...
Slam: cena que muda o pensamento político
Cultura, Juventudes

Slam: cena que muda o pensamento político

Instrumento de tecnologia social que transita entre a arte e o fazer político, se torna a mudança de pensadores a partir de sua vivência. Por breno luan Na década de 80, criado por Marc Kelly Smith em Chicago, surge no mundo o que hoje conhecemos como “batalha de poesia falada”: o Slam. Baseado nas artes do corpo e voz, essa ferramenta de tecnologia social (educativa, política e democrática) chega no Brasil a partir da artista, atriz, poeta e MC Roberta Estrela D’alva, iniciando o primeiro Slam em território paulista, o ZAP! Slam (Zona Autônoma da Palavra). Essa onomatopeia, em tradução, conecta-se com o entendimento das mãos batendo palmas, batidas de portas ou algo que se impacta aos olhos nus quando assistido; “algo próximo do nosso “pá” da língua portuguesa”, como escreveu C...
Correndo da margem: transmasculinidades na arte periférica
Cultura, Juventudes

Correndo da margem: transmasculinidades na arte periférica

Por Nero Santos A gente cria/constrói imaginários sociais todos os dias, em busca de ser sobrevivente, o protagonismo de pessoas transmasculinas na arte periférica é sobre ocupar, persistir reinventar o modo de fazer arte, movimentando nosso rolê, curtindo sem se afogar, lembrando sempre que nossos corpos dissidentes já são reconhecidos, porém, apagados numa sociedade que fecha os olhos para nossa existência. É incrível como a gente se desdobra para ter várias funcionalidades, mas não tem oportunidade. Atravessando a cidade de São Paulo, da Sul a Oeste, da Norte a Leste, do Centrão aos extremos, ser transmasc arteiro e viver de arte na “selva de pedra” é ser visionário! Nessa reportagem, a proposta é reconhecer o corre de artistas transmasculinos independentes e periféricos,...
Programa Jovem Monitor Cultural: Um divisor de águas na vida de um jovem periférico
Cultura, Juventudes, Opinião

Programa Jovem Monitor Cultural: Um divisor de águas na vida de um jovem periférico

Por Wesley Narciso Sendo eu um jovem periférico, morador do Capão Redondo, filho de uma mãe preta, guerreira e batalhadora, que sempre me servirá de base para entender que sempre tenho que estar disposto a matar o leão de hoje, como diz o Rapper Dk 47 na música Favela Vive 4: ‘’Se o leão de hoje ficar pra depois, amanhã ele já vira dois’’, inicio esse artigo voltando lá para 2022, em meio a um período muito delicado da minha vida, em que consegui me colocar em lugares que eu sempre sentia que devia estar, pelo potencial que carregava em mim, mas não sabia aonde aplicá-los. O Programa Jovem Monitor Cultural (PJMC) é uma política pública voltada à juventude periférica, que tem como principal objetivo formar jovens entre 18 e 29 anos na área da cultura. O que antecedeu a mi...
Lazer e resistência: conheça duas Batalhas de Rima da Zona Sul de São Paulo
Cultura, Juventudes

Lazer e resistência: conheça duas Batalhas de Rima da Zona Sul de São Paulo

Partindo dos princípios do movimento hip hop, os eventos são importantes para promover a liberdade de expressão, a luta por direitos e o acesso à cultura nas periferias. Por Lyan Arruda Batalha do Parque Santo Antônio. Foto: Kaio Quinto As batalhas da rima surgiram quase ao mesmo tempo que o rap, fosse por meio de “diss”, faixa em que os rappers se enfrentavam, ou seja, por uma briga improvisada entre MCs nas ruas do Bronx, Nova York, o berço do hip hop na década de 1970. Acredita-se que tenham começado na cena da Costa Leste, no final dos anos 1980. Uma das primeiras e mais notórias lutas ocorreu em dezembro de 1982, quando Kool Moe Dee enfrentou Busy Bee Starski. Elas chegaram no Brasil aproximadamente nos anos 2000, as primeiras equipes (também chamadas de c...
Nerds e geeks na periferia: Heróis da cultura em meio as dificuldades
Anti-heróica, Juventudes, Nerd/ Geek, Opinião

Nerds e geeks na periferia: Heróis da cultura em meio as dificuldades

Por Gabriel Pereira Imagem Sony Pictures Animations Já tem bastante tempo que a cultura nerd/geek, aquela sobre tecnologia, HQs, jogos, filmes, entre outras coisas, vem invadindo e dominando cada vez mais espaços. Mesmo com muitas dificuldades, os moradores das periferias também estão tendo acesso mais facilitado a essas produções, que antes era exclusividade das pessoas com mais dinheiro. Nas periferias da zona sul de São Paulo, por exemplo, onde esse nicho foi abraçada com facilidade pelos jovens que provam cada vez mais sua paixão, demonstrando como a jornada de um herói nunca é fácil, e nem sempre será reconhecida, mas só será alcançado com muito esforço, da mesma forma que a realidade joga na cara de toda e qualquer pessoa periférica. A cultura nerd/ge...