quarta-feira, agosto 27

Opinião

Duzzão e sua “Redenção” me emocionou de novo
Braba, Cultura, Opinião

Duzzão e sua “Redenção” me emocionou de novo

Por Gisele Alexandre Levada, letra, voz, autenticidade e sensibilidade. Duzzão é tudo isso e muito mais. Depois de ouvir “Redenção”, seu mais novo EP, ele me emocionou de novo. Sim, essa não é a primeira vez que Duzzão me rouba algumas lágrimas. Em 2024, quando lançou “Nova Aurora” eu me apaixonei completamente pela arte desse cara que eu já era fã.  O Pedro (meu filho) e eu ouvíamos “Nova Aurora” todos os dias na volta da escola. E, para completar essa obra-prima, o mano ainda lançou um clipe lindíssimo que, não por acaso, ganhou na categoria do Voto Popular na Mostra Brasileira Independente de Cinema de Rua. Se liga: https://youtu.be/9upKQ8jGJP8?si=bzBAEKPPjAPK6z7J Mas, voltando pra “Redenção”, que trabalho lindo! Duzzão apresentou um rap pesado e, ao mesmo tempo, r...
Economia Criativa e Protagonismo Feminino: o que acontece quando um governo entende a força do nosso fazer?
Destaque, Gira Criativa, Opinião

Economia Criativa e Protagonismo Feminino: o que acontece quando um governo entende a força do nosso fazer?

Coluna Gira Criativa Formação com mulheres empreendedoras no TEIA Santo Amaro Por Fabiana Ivo Quando falamos de economia criativa, não estamos falando de algo novo. Estamos falando do que as quebradas fazem há muito tempo: criar, reinventar, sustentar famílias com arte, estética, saberes, narrativas e afetos. O que muda é quando o Estado passa a reconhecer essa força como parte estratégica do desenvolvimento econômico, cultural e social do país. Formação da turma ANIP na FGVcenn Foi exatamente isso que aconteceu entre 2003 e 2008, quando Gilberto Gil esteve à frente do Ministério da Cultura. Gil entendeu que cultura não era apenas espetáculo, mas também trabalho, renda, cidadania e política de base comunitária. Nesse período, foi implan...
Mulheres de cá e de lá: 25 e 31 de julho, dois marcos de resistência
Destaque, Ombala, Opinião

Mulheres de cá e de lá: 25 e 31 de julho, dois marcos de resistência

Coluna Ombala ADRA - Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (Angola) 2025. Foto: Divulgação Por Silvia Mungongo As datas de 25 e 31 de julho representam marcos fundamentais na luta das mulheres negras, tanto na diáspora quanto no continente africano. Em 25 de julho, celebra-se o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, reconhecido no Brasil também como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A data é dedicada à reflexão e à mobilização em torno das desigualdades enfrentadas por essas mulheres, marcando presença com eventos, manifestações culturais e debates públicos. A origem da data O 25 de julho foi instituído em 1992, durante um encontro na República Dominicana que reuniu representantes negras de mais de 70 países da Améric...
Potência criativa nas margens: o empreendedorismo das mulheres periféricas e o abismo do acesso
Gira Criativa, Opinião

Potência criativa nas margens: o empreendedorismo das mulheres periféricas e o abismo do acesso

Coluna Gira Criativa Fórum Criando Pontes 2019 - Foto: Acervo pessoal Por Fabiana Ivo Empreender no Brasil sendo mulher, negra, da periferia e atuando na economia criativa ou em negócios de impacto é, antes de tudo, um ato político. É desafiar diariamente a lógica da escassez, da invisibilidade e da exclusão estrutural. Apesar das inúmeras barreiras, essas mulheres seguem produzindo inovação, sustento, cultura e transformação social — muitas vezes, a partir do mínimo. A disparidade de acesso a recursos é escancarada pela pesquisa do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV (FGV CENN), que revelou que empreendedores da periferia têm 37 vezes menos recursos do que os que empreendem em regiões como a Faria Lima, em São Paulo, epicentro do capital financ...
Se somos maioria, por que ainda somos invisíveis? O que o Elas no Corre tem feito para mudar isso?
Cultura, Destaque, Gira Criativa, Opinião

Se somos maioria, por que ainda somos invisíveis? O que o Elas no Corre tem feito para mudar isso?

Gira Criativa Formação "Elas no Corre" realizado pela BANCA, turma de 2025. Na foto Fabiana Ivo com a turma de mulheres. Foto: Acervo Por Fabiana Ivo As mulheres movimentam a base da economia criativa brasileira — com seus fazeres culturais, saberes ancestrais, estéticas diversas, estratégias de sobrevivência e invenções do cotidiano. Estamos nas ruas, nas redes, nas feiras, nos palcos e nas comunidades. Então por que ainda somos invisíveis nos espaços de decisão, destaque e reconhecimento institucional? Essa pergunta ecoa entre muitas de nós. E é justamente a partir dela que nasceu o projeto Elas no Corre, uma formação feita de ponta a ponta por mulheres da periferia, que não apenas empreendem, mas também criam seus próprios caminhos, redes de a...
Quando a quadrilha vira aula: Festa Junina e educação ambiental na quebrada
Cultura, Destaque, Educação, Ombala

Quando a quadrilha vira aula: Festa Junina e educação ambiental na quebrada

Coluna Ombala Celebração da Festa Junina, no Colégio Franciscano Santa Isabel, na quebrada do Jardim São Luís. Fotos:  Laís Araújo (professora) e Alunos //Silvia Mungongo A origem da festa junina no Brasil remonta ao século XVI. As festas juninas eram tradições populares na Península Ibérica (Portugal e Espanha) e, por isso, foram trazidas para cá pelos portugueses durante a colonização, assim como muitas outras tradições. Quando introduzida no Brasil, a festividade era conhecida como festa joanina, em referência a São João Batista, mas, ao longo dos anos, o nome foi alterado para festa junina, em alusão ao mês de junho. Além da forte conotação religiosa – que, com o tempo, foi em parte substituída por um caráter mais popular – a festa passou a incor...
BECO é “boom bap na goela”, do jeito que a gente (eu) gosta
Braba, Cultura, Destaque, Opinião

BECO é “boom bap na goela”, do jeito que a gente (eu) gosta

Por Gisele Alexandre Foto divulgação do EP "Original Favela" Sempre que escrevo sobre música, gosto de tentar recuperar a memória da primeira vez que ouvi aquele som. Às vezes eu consigo, outras não. Mas, nesse caso eu me lembro bem como foi. Conheci o BECO em 2023, por meio do Mema Fita, um dos vocalistas do grupo, que se apresentou como convidado em um show do “Clássicos do Rap”, projeto dos meus amigos Cocão Avoz e Fino du Rap, que eu adoro e acompanho desde o início - qualquer hora escrevo sobre ele. Quem me conhece sabe que eu gosto de boom bap, aquele rap raiz, com letra de protesto, palavrão e tudo mais. Foi ouvindo esse tipo de som que prendi a refletir sobre racismo, desigualdade social e muitos outros assuntos que só entende quem cresceu na quebrada. Por isso, qu...
Cultura de Preto: novo EP de Cris SNJ é uma reverência à ancestralidade
Braba, Cultura, Destaque, Opinião

Cultura de Preto: novo EP de Cris SNJ é uma reverência à ancestralidade

Por Gisele Alexandre Se você curte rap como eu, sabe que ela sempre foi zica. A negona, Cris SNJ, é daquelas artistas que a gente não cansa de ouvir. No palco, ela é explosão! Fora dele, é discreta, humilde, e de sorriso fácil. Não dá para não ser fã. Sexta-feira passada, 6 de junho, estive na Adega do Baguinho, para conferir o lançamento do EP “Cultura de Preto”, e foi o melhor rolê que eu poderia ter feito. A negona deu seu nome, fazendo um show com repertório que misturava os clássicos com as suas novas canções - que certamente também serão clássicos em breve.Eu já tinha ouvido as cinco músicas e me apaixonei! Cada som traz uma característica própria. O boom bap continua presente, mas a cada faixa é possível identificar elementos que dão “brilho” às batidas, como tambores e até c...
Gira Criativa – E aí, sua criatividade tá girando pra quem?
Destaque, Economia, Gira Criativa, Opinião

Gira Criativa – E aí, sua criatividade tá girando pra quem?

Coluna Gira Criativa Terceiro encontro do protejo GIRA no parque novo mundo. Setembro 2023 - Acervo pessoal Por Fabiana Ivo O que é que te faz levantar todo dia e seguir no corre? O que é que você tá criando? E mais: pra quem sua criatividade tem gerado impacto? Se você acha que criatividade é só pra quem vive de arte, cola aqui. Na quebrada, criatividade é código de sobrevivência. É quem faz trampo virar renda, quem transforma cultura em trabalho, quem pega o pouco e faz muito. Eu sou Fabiana Ivo, mulher preta, periférica, há mais de 20 anos nesse corre de provar — com trabalho, pesquisa e prática — que a Economia Criativa da Periferia não é tendência: é realidade, é resistência, é futuro. É isso que me move na construção de metodologias, ações formativas, me...
Caravana das Periferias chega ao Bloco do Beco e reforça o protagonismo popular
Braba, Direitos Humanos, Política

Caravana das Periferias chega ao Bloco do Beco e reforça o protagonismo popular

Iniciativa tem o objetivo de dialogar diretamente com comunidades, movimentos sociais e coletivos culturais sobre políticas públicas voltadas às periferias. Guilherme Simões,  secretário nacional de periferias, durante evento no Bloco do Beco. Foto: Leandro Vaz Por Gisele Alexandre Na última terça-feira, 28 de maio, a Associação Bloco do Beco, no Jardim Ibirapuera, zona sul de São Paulo, recebeu mais uma edição da Caravana das Periferias. A iniciativa da Secretaria Nacional de Periferias (SNP), vinculada ao Ministério das Cidades, tem percorrido diversos territórios urbanos no Brasil com o objetivo de dialogar diretamente com comunidades, movimentos sociais e coletivos culturais sobre políticas públicas voltadas às periferias. O encontro foi aberto oficialmente pelos a...