quinta-feira, setembro 18

Opinião

Errar faz parte do processo
Destaque, Eco, Opinião

Errar faz parte do processo

Coluna Eco Por Teca Machado Quantas expectativas carregamos sobre os ombros dos nossos filhos? Desde cedo, queremos que aprendam rápido, que se comportem bem e que nunca errem. Mas aprender não é uma linha reta. É cheio de curvas, quedas e recomeços. Pense em algo simples: ensinar uma criança a amarrar o sapato. Na primeira tentativa, os laços saem tortos. Ela erra, tenta de novo, erra mais uma vez. E se, em vez de corrigirmos com impaciência, parássemos para entender o porquê? Talvez os dedinhos ainda não consigam, ou a explicação não tenha sido clara, ou estejamos com pressa. Já tentou entender antes de apontar o erro? Quando crescem, esquecem tarefas, dever de casa, arrumar o quarto. Nossa reação imediata pode ser rotular: “Você é preguiçoso” o...
Mulheres que movem o presente e redesenham o futuro da economia criativa
Destaque, Gira Criativa, Opinião

Mulheres que movem o presente e redesenham o futuro da economia criativa

Coluna Gira Criativa Fabi Ivo em aula na formação "Elas no Corre" no CDHEP , turma de 2025 - Foto: Acervo Por Fabiana Ivo Em 2024, o Brasil alcançou a marca de 10,35 milhões de mulheres empreendendo (Sebrae), mas essa força não tem se traduzido, na mesma medida, em reconhecimento ou retorno financeiro no campo da economia criativa. O setor já representa 3,59% do PIB brasileiro (Firjan) e emprega milhões, mas ainda concentra as decisões e os ganhos nos lugares de sempre: homens, brancos e das regiões centrais. A fotografia é clara: as mulheres seguem recebendo apenas uma parte pequena dos direitos autorais e continuam sub-representadas em posições de liderança no audiovisual (Observatório Itaú Cultural; ECAD). É nesse cenário que iniciativas como o Elas...
Coluna Eco: Dando um Basta no Blá-blá-blá
Eco, Opinião

Coluna Eco: Dando um Basta no Blá-blá-blá

Quando a promessa perde força e a ação ganha poder Coluna Eco Foto: Freepik Por Tania Khallil Vivemos tempos em que a palavra corre solta — discursos, promessas, opiniões sem fim. Mas será que tudo o que falamos se sustenta na prática? Ou estamos cada vez mais perdidos em um mar de blá-blá-blá, onde muito se diz e pouco se faz? Chega uma hora em que precisamos dar um basta. Não na palavra em si — afinal, ela é poderosa e transformadora — mas no uso vazio, no falar sem compromisso, no dizer sem sentir. Porque palavra sem ação é como um corpo sem alma: ocupa espaço, mas não pulsa vida. Dar um basta no blá-blá-blá é escolher a coerência. É alinhar o que pensamos, sentimos e fazemos. É ter a coragem de sustentar no gesto aquilo que afirmamos na boca. É ...
Duzzão e sua “Redenção” me emocionou de novo
Braba, Cultura, Opinião

Duzzão e sua “Redenção” me emocionou de novo

Por Gisele Alexandre Levada, letra, voz, autenticidade e sensibilidade. Duzzão é tudo isso e muito mais. Depois de ouvir “Redenção”, seu mais novo EP, ele me emocionou de novo. Sim, essa não é a primeira vez que Duzzão me rouba algumas lágrimas. Em 2024, quando lançou “Nova Aurora” eu me apaixonei completamente pela arte desse cara que eu já era fã.  O Pedro (meu filho) e eu ouvíamos “Nova Aurora” todos os dias na volta da escola. E, para completar essa obra-prima, o mano ainda lançou um clipe lindíssimo que, não por acaso, ganhou na categoria do Voto Popular na Mostra Brasileira Independente de Cinema de Rua. Se liga: https://youtu.be/9upKQ8jGJP8?si=bzBAEKPPjAPK6z7J Mas, voltando pra “Redenção”, que trabalho lindo! Duzzão apresentou um rap pesado e, ao mesmo tempo, r...
Economia Criativa e Protagonismo Feminino: o que acontece quando um governo entende a força do nosso fazer?
Destaque, Gira Criativa, Opinião

Economia Criativa e Protagonismo Feminino: o que acontece quando um governo entende a força do nosso fazer?

Coluna Gira Criativa Formação com mulheres empreendedoras no TEIA Santo Amaro Por Fabiana Ivo Quando falamos de economia criativa, não estamos falando de algo novo. Estamos falando do que as quebradas fazem há muito tempo: criar, reinventar, sustentar famílias com arte, estética, saberes, narrativas e afetos. O que muda é quando o Estado passa a reconhecer essa força como parte estratégica do desenvolvimento econômico, cultural e social do país. Formação da turma ANIP na FGVcenn Foi exatamente isso que aconteceu entre 2003 e 2008, quando Gilberto Gil esteve à frente do Ministério da Cultura. Gil entendeu que cultura não era apenas espetáculo, mas também trabalho, renda, cidadania e política de base comunitária. Nesse período, foi implan...
Mulheres de cá e de lá: 25 e 31 de julho, dois marcos de resistência
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Mulheres de cá e de lá: 25 e 31 de julho, dois marcos de resistência

Coluna Ombala ADRA - Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (Angola) 2025. Foto: Divulgação Por Silvia Mungongo As datas de 25 e 31 de julho representam marcos fundamentais na luta das mulheres negras, tanto na diáspora quanto no continente africano. Em 25 de julho, celebra-se o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, reconhecido no Brasil também como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A data é dedicada à reflexão e à mobilização em torno das desigualdades enfrentadas por essas mulheres, marcando presença com eventos, manifestações culturais e debates públicos. A origem da data O 25 de julho foi instituído em 1992, durante um encontro na República Dominicana que reuniu representantes negras de mais de 70 países da Améric...
Potência criativa nas margens: o empreendedorismo das mulheres periféricas e o abismo do acesso
Gira Criativa, Opinião

Potência criativa nas margens: o empreendedorismo das mulheres periféricas e o abismo do acesso

Coluna Gira Criativa Fórum Criando Pontes 2019 - Foto: Acervo pessoal Por Fabiana Ivo Empreender no Brasil sendo mulher, negra, da periferia e atuando na economia criativa ou em negócios de impacto é, antes de tudo, um ato político. É desafiar diariamente a lógica da escassez, da invisibilidade e da exclusão estrutural. Apesar das inúmeras barreiras, essas mulheres seguem produzindo inovação, sustento, cultura e transformação social — muitas vezes, a partir do mínimo. A disparidade de acesso a recursos é escancarada pela pesquisa do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV (FGV CENN), que revelou que empreendedores da periferia têm 37 vezes menos recursos do que os que empreendem em regiões como a Faria Lima, em São Paulo, epicentro do capital financ...
Se somos maioria, por que ainda somos invisíveis? O que o Elas no Corre tem feito para mudar isso?
Cultura, Destaque, Gira Criativa, Opinião

Se somos maioria, por que ainda somos invisíveis? O que o Elas no Corre tem feito para mudar isso?

Gira Criativa Formação "Elas no Corre" realizado pela BANCA, turma de 2025. Na foto Fabiana Ivo com a turma de mulheres. Foto: Acervo Por Fabiana Ivo As mulheres movimentam a base da economia criativa brasileira — com seus fazeres culturais, saberes ancestrais, estéticas diversas, estratégias de sobrevivência e invenções do cotidiano. Estamos nas ruas, nas redes, nas feiras, nos palcos e nas comunidades. Então por que ainda somos invisíveis nos espaços de decisão, destaque e reconhecimento institucional? Essa pergunta ecoa entre muitas de nós. E é justamente a partir dela que nasceu o projeto Elas no Corre, uma formação feita de ponta a ponta por mulheres da periferia, que não apenas empreendem, mas também criam seus próprios caminhos, redes de a...
Quando a quadrilha vira aula: Festa Junina e educação ambiental na quebrada
Cultura, Destaque, Educação, Ombala

Quando a quadrilha vira aula: Festa Junina e educação ambiental na quebrada

Coluna Ombala Celebração da Festa Junina, no Colégio Franciscano Santa Isabel, na quebrada do Jardim São Luís. Fotos:  Laís Araújo (professora) e Alunos //Silvia Mungongo A origem da festa junina no Brasil remonta ao século XVI. As festas juninas eram tradições populares na Península Ibérica (Portugal e Espanha) e, por isso, foram trazidas para cá pelos portugueses durante a colonização, assim como muitas outras tradições. Quando introduzida no Brasil, a festividade era conhecida como festa joanina, em referência a São João Batista, mas, ao longo dos anos, o nome foi alterado para festa junina, em alusão ao mês de junho. Além da forte conotação religiosa – que, com o tempo, foi em parte substituída por um caráter mais popular – a festa passou a incor...
BECO é “boom bap na goela”, do jeito que a gente (eu) gosta
Braba, Cultura, Destaque, Opinião

BECO é “boom bap na goela”, do jeito que a gente (eu) gosta

Por Gisele Alexandre Foto divulgação do EP "Original Favela" Sempre que escrevo sobre música, gosto de tentar recuperar a memória da primeira vez que ouvi aquele som. Às vezes eu consigo, outras não. Mas, nesse caso eu me lembro bem como foi. Conheci o BECO em 2023, por meio do Mema Fita, um dos vocalistas do grupo, que se apresentou como convidado em um show do “Clássicos do Rap”, projeto dos meus amigos Cocão Avoz e Fino du Rap, que eu adoro e acompanho desde o início - qualquer hora escrevo sobre ele. Quem me conhece sabe que eu gosto de boom bap, aquele rap raiz, com letra de protesto, palavrão e tudo mais. Foi ouvindo esse tipo de som que prendi a refletir sobre racismo, desigualdade social e muitos outros assuntos que só entende quem cresceu na quebrada. Por isso, qu...