segunda-feira, setembro 15

Errar faz parte do processo

Coluna Eco

Por Teca Machado

Quantas expectativas carregamos sobre os ombros dos nossos filhos? Desde cedo, queremos que aprendam rápido, que se comportem bem e que nunca errem. Mas aprender não é uma linha reta. É cheio de curvas, quedas e recomeços.

Pense em algo simples: ensinar uma criança a amarrar o sapato. Na primeira tentativa, os laços saem tortos. Ela erra, tenta de novo, erra mais uma vez. E se, em vez de corrigirmos com impaciência, parássemos para entender o porquê? Talvez os dedinhos ainda não consigam, ou a explicação não tenha sido clara, ou estejamos com pressa. Já tentou entender antes de apontar o erro?

Quando crescem, esquecem tarefas, dever de casa, arrumar o quarto. Nossa reação imediata pode ser rotular: “Você é preguiçoso” ou “Você é burro”. Frases assim ferem mais do que ensinam. Elas fixam identidades negativas e quebram a confiança.

Erros não definem quem somos. Criticar pai ou mãe também não ajuda, crianças têm o direito de amar ambos sem culpa. O caminho é criar estratégias juntos: listas, recompensas pequenas, incentivo e amor. Sempre com amor.

Errar é oportunidade. Um tropeço pode abrir espaço para uma conversa profunda, revelar medos, desafios e até talentos escondidos.

Quando dizemos: “Vamos ver juntos o que deu errado e tentar de outro jeito?”, estamos ensinando paciência, empatia e gentileza. Tornamos o erro um degrau, não um muro. Assim, nossos filhos aprendem a enfrentar o mundo com coragem.

Mas existe um porém nisso tudo: para sermos gentis com os erros dos filhos, precisamos antes ser gentis com os nossos próprios erros. Errar é humano. Aprender com os erros é essencial. Não precisamos ser perfeitos; só precisamos melhorar a cada dia.

Seja gentil com você! Em vez de se criticar, pergunte: “O que posso aprender aqui?” Quando fortalecemos o amor dentro de nós, refletimos isso no outro. Nosso filho se sentirá amado e motivado a mudar, não por pressão, mas por vontade própria.

E assim, aos poucos, criamos um ambiente de confiança, onde erros não são motivo de medo, mas oportunidades de crescimento. Uma casa em que todos se sentem seguros para tentar de novo, aprender e crescer.

Me conta: como está a sua tolerância com os erros? Se não está boa, não se critique por isso. Lembre-se: “Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas qualquer um pode começar agora e criar um novo final.”

Ótima semana!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *