Cultura
REUTERS/Louisa Gouliamaki
Por Carolina Rosa
O filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, conquistou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro na cerimônia do Oscar, realizada na noite deste domingo, 2 de março. A produção emocionou o público e a crítica com sua narrativa sensível e poderosa sobre, a vida de uma família brasileira que sofreu com a ditadura militar e mesmo assim, optou por resistir e continuar a luta pela alegria e liberdade. O longa foi aclamado internacionalmente por sua representação única da cultura e dos desafios do Brasil.
A vitória é histórica para o cinema brasileiro, sendo o primeiro filme nacional a ganhar na categoria, destacando-se entre fortes concorrentes de todo o mundo. “Ainda Estou Aqui” não apenas é um marco para o país, mas também abre portas para uma maior visibilidade do cinema latino-americano no cenário global.
Walter Salles, em seu discurso, comentou se sentir honrado por estar representando o cinema brasileiro e dedicou o prêmio a Eunice Paiva, protagonista da narrativa da família Paiva, contada no longa. “Esse prêmio vai para a mulher que, depois de uma perda, sofrida por um regime autoritário, decidiu não se curvar e resistir”, afirmou o cineasta.
O diretor ainda usou sua fala para agradecer todo elenco e destacou a participação das atrizes que protagonizaram o papel da Eunice Paiva no filme, “O prêmio também é para as duas mulheres extraordinárias que deram vida a ela [Eunice], Fernanda Torres e Fernanda Montenegro” e finalizou seu discurso agradecendo novamente.
Em entrevista a mídia, Fernanda Torres, relatou a satisfação de ser indicada e ganhar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, trazendo essa narrativa tão importante para a história recente do Brasil, principalmente ganhando nos Estados Unidos. “Todos sabemos que a ditadura no Brasil foi financiada pelos Estados Unidos e como o nosso povo sofreu com isso, então estar aqui e ser premiado com essa história é de fato um ganho para a nossa nação”.
O prêmio de Melhor Filme Estrangeiro é um reflexo do crescente reconhecimento da produção cinematográfica de diversas partes do mundo e reafirma o poder da sétima arte como meio de diálogo cultural entre diferentes nações.