Foto: Douglas Cavalcante – UNAS Heliópolis e Região
Cultura
Por Carolina Rosa
O Dia da Favela, instituído em 2006, foi criado no Rio de Janeiro, com objetivo de retratar e celebrar a realidade, resistência e criatividade de um povo, de que muitos consideram “os verdadeiros brasileiros”.
A ideia de ter o Dia da Favela veio do Celso Athayde, CEO da Favela Holding e fundador da Central Única das Favelas (CUFA), que viu a oportunidade da sociedade olhar com mais atenção a potência desses territórios presentes nos quatro cantos do Brasil, que consomem e produzem arte, cultura, conhecimento, intelectualidade e muito mais.
“O Dia da Favela está aí exatamente por isso. Para destacar e protagonizar a capacidade e a resiliência que os mais de 18 milhões de brasileiros, que vivem nesses territórios, têm de inovar, empreender, criar soluções e celebrar a vida. É uma data muito importante, não só para nós, mas para toda a sociedade” ressaltou Celso em entrevista ao Expo Favela 2024, um dos maiores eventos de negócios para as iniciativas de favela do Brasil.
Na cidade de São Paulo, dados de 2023 coletados pelo Data Favela e Sebrae-SP, revelam que cerca de 3,4 milhões de pessoas, mais de 7% da população do estado, mora em favelas. A mesma pesquisa destaca que as comunidades paulistas somam mais 1,1 milhão de domicílios, tendo um crescimento de 49% na última década. Além disso, as favelas e comunidades movimentam mais de R$ 41 bilhões por ano.
Favela no centro
A cidade de São Paulo, através da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, inaugurou em 22 de novembro de 2022, o Museu das Favelas, espaço que nasce com o propósito colaborativo entre as pessoas que vivenciam o cotidiano das favelas, oferecendo programações gratuitas voltas para todos os públicos, em especial os de favelas, periferias, ocupações e outros territórios de resistência, para ecoar vozes e preservar lutas e memórias desse povo.
As programações incluem cultura, educação, exposições artísticas e visuais, além do Centro de referência e Biblioteca. O Museu, porém, está fechado desde agosto deste ano para mudança de endereço, localizado agora no Largo Páteo do Colégio, n.º 148, Centro Histórico de São Paulo e a reinauguração está marcada para o mês de novembro.
O Museu das Favelas tem exercido um papel importante do tardio empoderamento dessa população, assim como o registro de memórias de tudo que é produzido nesses territórios, para servir de ponte dos que vieram, para os que virão.