Foto Luiz Roberto Secom (TSE 2013)
Eleições 2024
Por: Carolina Rosa
“Jovens são o maior grupo eleitoral nas eleições 2024 e buscam voz ativa na política”
Nas eleições municipais de 2024, os jovens emergem como o maior grupo eleitoral. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), houve um aumento expressivo de 78% no número de eleitores de 16 e 17 anos em relação a 2020, totalizando mais de 1,8 milhão de novos eleitores nessa faixa etária. Esse crescimento é resultado tanto de uma maior conscientização política quanto de campanhas do TSE que visam incentivar a participação dos jovens, como a campanha “Bora Votar!”, vinculada na TV aberta.
Embora representem apenas 1,17% do eleitorado, o impacto dos jovens eleitores é significativo, especialmente em grandes centros urbanos como São Paulo, onde eles buscam maior representação política e engajamento com temas que afetam diretamente suas vidas. Temas como educação, emprego, meio ambiente e direitos humanos têm atraído a atenção desse grupo, e muitos candidatos têm adaptado suas campanhas para se conectar melhor com o público jovem, usando as redes sociais e linguagem acessível.
O engajamento dos jovens nas eleições de 2024 reflete um desejo crescente de influenciar decisões políticas e ver suas demandas representadas no poder, marcando uma mudança importante e urgente no cenário eleitoral brasileiro.
Compreender o cenário das eleições municipais é essencial, especialmente porque é nesse nível que as políticas impactam diretamente a vida cotidiana da população, incluindo os jovens. As decisões tomadas por prefeitos e vereadores afetam desde o transporte público até a educação e a segurança, questões fundamentais para o bem-estar e o futuro da juventude. Analisar como os candidatos se posicionam em relação a temas como emprego, inclusão social, sustentabilidade e oportunidades educacionais pode ajudar a definir um voto consciente, voltado para a construção de um ambiente mais promissor para as novas gerações.
O que os jovens buscam na política
Essa geração é marcada por uma consciência política mais ativa, identificando-se profundamente com movimentos feministas, antirracistas, a agenda ambiental e a luta pelos direitos dos povos indígenas. No entanto, essa busca por transformações sociais muitas vezes é acompanhada por um desejo de mudanças rápidas e revolucionárias, o que pode colidir com o ritmo posto gradual e cauteloso que a política segue.
O eleitorado jovem compreende a importância do diálogo e a capacidade de ouvir e negociar com diferentes perspectivas, tendo uma visão mais apurada, inclusive, sobre a polarização, por outro lado, busca soluções e respostas inadiáveis que os tragam o verdadeiro entendimento de estar incluso na sociedade.
Apesar desse engajamento, há um pessimismo generalizado entre os jovens em relação ao futuro do Brasil. Problemas como desemprego, preconceito e a crise gerada pela pandemia fazem muitos verem o país como um lugar sem perspectivas, olhando principalmente o contexto dos jovens periféricos, que ainda busca acessos básicos de sobrevivência.
Campanhas políticas
Dentro das campanhas de 2024, os planos de governo diminuíram suas propostas trazendo planos sucintos e automaticamente reduzindo também o olhar para as periferias e a juventude, porém, mesmo assim, é possível observar que os candidatos estão cientes do tamanho do eleitorado jovem e suas urgências. Projetos que visam a ascensão dos jovens com a inclusão através da cultura, a diminuição da evasão escolar e a campanhas alinhadas aos movimentos sociais, seguem planos que visam fomentar projetos propostos pelo governo federal, como o “Pé de meia”, que oferece incentivos financeiros aos estudantes e a tarifa zero, que beneficiará a todos, incluindo principalmente à juventude.