sábado, setembro 21

Cultura como direito da população periférica

Há 20 Casas de Cultura em São Paulo, sete estão na zona sul, mas não há nenhuma na região do Jardim Vera Cruz, no Jardim Ângela.

Por Geovanna Mello

Auditório CEU Vila do Sol. Reprodução Facebook

É garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente o direito à Cultura. Assim como na Constituição Federal, artigo 215 garante “a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional(…)”. No entanto, podemos constatar que esse direito não chega em todas as localidades, assegurando, principalmente, o acesso à população periférica.

Um exemplo pode ser visto no bairro Jardim Vera Cruz, no distrito do Jardim Ângela, zona sul da cidade de São Paulo. Lá, existe apenas um equipamento público de cultura: o Céu Vila do Sol, que oferece cinema pela rede SPCINE, peças de teatro, shows, espetáculos, saraus, biblioteca, etc.

“Quando queria me divertir, tinha que ir lá no Céu Vila do Sol, que é um pouquinho longe da minha casa, mas tinha várias atividades como balé, taekwondo, tudo mais”, disse Laiane Ketelin do Nascimento, 18 anos.

Apesar de ser um importante ponto de cultura, ainda é bastante limitado. Na região, não há museus e parques, para se chegar em uma Casa de Cultura, por exemplo, é preciso pegar no mínimo um ônibus.

“Não vou ao teatro e cinema, porque é um pouquinho longe da minha casa. Geralmente eu tenho que pegar um ou dois ônibus para ir nesses lugares, completou Laiane.

A moradora Gabriela dos Santos Mello, de 26 anos, concorda: “Acho que falta sim espaço de lazer próximos de casa, devia ter mais parques, lugares para nossas crianças brincar, então, sim, falta espaço”, disse Gabriela.

É perceptível que o acesso é dificultado pela ausência de equipamentos próximos e da distância dos equipamentos mais longínquos, tendo que ter um gasto envolvido. 

De acordo com a Secretaria de Cultura de São Paulo, há 20 Casas de Cultura na cidade, porém, apenas sete estão na zona sul e nenhuma na região do Jardim Vera Cruz. Além disso, houve uma queda no investimento à cultura no âmbito municipal, caindo 13% em 2020, comparado com 2019.

Ao ser perguntada sobre que tipo de programas culturais gostaria que tivesse próximos, Gabriela respondeu: “Eu gostaria que tivesse parques próximos e também museus”, finaliza.

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