Coluna Gira Criativa

Por Fabiana Ivo
O que é que te faz levantar todo dia e seguir no corre? O que é que você tá criando? E mais: pra quem sua criatividade tem gerado impacto?
Se você acha que criatividade é só pra quem vive de arte, cola aqui. Na quebrada, criatividade é código de sobrevivência. É quem faz trampo virar renda, quem transforma cultura em trabalho, quem pega o pouco e faz muito.
Eu sou Fabiana Ivo, mulher preta, periférica, há mais de 20 anos nesse corre de provar — com trabalho, pesquisa e prática — que a Economia Criativa da Periferia não é tendência: é realidade, é resistência, é futuro. É isso que me move na construção de metodologias, ações formativas, mentorias e acelerações na A BANCA, na ANIP – Aceleradora de Negócios de Impacto da Periferia, e nas tantas trocas que faço Brasil afora e com periferias do mundo.

E a pergunta que não sai da minha cabeça (e que trago pra você hoje) é:
Se a quebrada é berço de tanta invenção, por que nem sempre quem cria consegue prosperar?
Na prática, todo dia eu vejo, acompanho, aprendo e fortaleço quem tá no corre da gastronomia, da moda, do design, da música, da produção cultural, do audiovisual, da beleza, do artesanato, dos eventos, da comunicação, da tecnologia e dos games. Tudo isso é Economia Criativa. Tudo isso gera trampo, movimenta dinheiro e, mais do que isso, movimenta sonhos, gera autoestima, projeta futuros.
Mas… a gira não gira sozinha.
Quantas vezes você já se perguntou:
Meu trampo tá gerando impacto pra quem?
Quem se beneficia do que eu faço? Minha quebrada tá se fortalecendo junto?
O meu fazer tem futuro sustentável? Ou eu tô só girando pra sobreviver?
O que eu ainda não sei sobre negócios, sobre gestão, sobre precificação, que poderia me ajudar a crescer sem me perder de mim, do meu território e da minha cultura?
Essa coluna nasce pra isso: pra ser esse ponto de gira onde a gente para, reflete, se fortalece e segue. Porque empreender na quebrada não pode ser só sobre apagar incêndio, nem sobre individualismo. Tem que ser sobre construir futuro coletivo.
E é isso que eu tenho buscado fazer nesses anos todos. No chão da formação da A BANCA, por exemplo, a gente desenvolve metodologias próprias, que nascem da prática, da escuta, do corre real de quem tá na ponta. É educação popular aplicada à geração de renda, ao fortalecimento dos negócios, ao desenvolvimento das potências locais.
Na ANIP, a gira é acelerar negócios de impacto das periferias do Brasil inteiro. É mentorear, apoiar, abrir caminho, construir rede, fortalecer quem transforma territórios a partir de soluções criativas e inovadoras.
Por isso, te convido: como sua criatividade tá se colocando no mundo? Tá girando pra quem? E, principalmente: tá girando como?
Bora girar junto? Aqui, quinzenalmente, eu trago reflexões, perguntas, ferramentas e também histórias de quem tá provando que sim, é possível viver da criatividade, gerar impacto e construir outro modelo de desenvolvimento — mais justo, mais coletivo e com a cara da quebrada.
Pra fortalecer sua gira, se liga nessas referências:
- ANIP – Aceleradora de Negócios de Impacto da Periferia: www.anip.com.br
A BANCA – Negócio de Impacto da Periferia: www.abanca.org
Sebrae Delas e Sebrae Afro: Programas de apoio pra empreendedoras e empreendedores negros.
Perifa Connection: Rede de intelectuais da periferia que gera conteúdo potente sobre sociedade, cultura e economia.
Injunta – Escola de Criadores da Periferia: Formação pra quem vive de criar.
Afrohub: Ecossistema de apoio a negócios pretos.
Livro – “Negócios de Impacto Social na Prática” (André Carvalhal e outros): leitura fundamental pra entender como gerar impacto com seu trampo.
Podcast – Meteora: Conversas potentes com mulheres negras sobre mercado, sociedade e cultura.
Se prepara, porque essa gira só tá começando. E quando a quebrada gira, ela não gira sozinha — gira pro mundo inteiro.
Gira Criativa. Criatividade que vira resistência, renda e revolução.
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Gira Criativa – Um Giro Pela Potência da Periferia
A cada quinze dias, a Gira Criativa convida você para uma troca viva, pulsante e necessária sobre empreender na Economia Criativa e nos Negócios de Impacto da Periferia. Este não é só um espaço de fala — é espaço de escuta, de conexão e, sobretudo, de celebração dos saberes e fazeres que brotam dos territórios.
Aqui, giramos saber, conhecimento e prática. Costuramos sonhos com método, criatividade com resistência, cultura com desenvolvimento. Através de reflexões, relatos e provocações, vamos publicizar as pedagogias que nascem das brechas, das encruzilhadas e da força da Educação Popular — aquela que não se aprende só em livro, mas na vivência, no fazer coletivo e no corre diário de quem transforma sua realidade.
A Gira Criativa é também um chamado. Um convite para quem entende que empreender na quebrada não é só gerar renda, é gerar impacto, autonomia, pertencimento e futuro. Porque aqui, criar é resistir. E resistir é também girar: transformar, movimentar e nunca deixar parar.
Vem girar com a gente. Porque quando gira na periferia, gira pro mundo inteiro.