sábado, setembro 21

Dúvidas em quem votar? Traçamos um breve perfil dos candidatos à Prefeitura de São Paulo para te ajudar a fazer a escolha certa!

Eleições 2024

Por: Carolina Rosa 

Dez candidatos. Apenas duas mulheres e nenhuma candidatura negra. Este é o cenário eleitoral à prefeitura em 2024 na cidade de São Paulo. 

Chegamos a mais um ano de eleições municipais e com ele antigos cenários, falta representatividade de gênero e raça, uma redução significativa do olhar para as periferias e urgências que atingem as populações sub-representadas, mas o dever e a esperança que a democracia nos traz: encontrar o perfil de candidato que mais se aproxime de valores e querências dos “nossos”. 

As eleições deste ano, em especial, apresentam desafios significativos que partem de um cenário polarizado e não encontram à representatividade e inclusão que os eleitores buscam, ausência que evidencia a lacuna ainda existente no Brasil entre as lideranças partidárias e o povo.

É essencial que os eleitores considerem não apenas o perfil e as promessas dos candidatos, mas também sua disposição e capacidade de abordar as desigualdades e necessidades específicas de suas comunidades. A participação ativa e crítica dos eleitores é crucial para garantir que as questões de representatividade e inclusão ganhem a devida atenção e sejam integradas nas políticas e decisões futuras.

Fizemos uma apuração dos perfis, para auxiliar na sua decisão; conheça quem são os candidatos à Prefeitura na capital paulista e os planos de governo anexados a matéria.

 
Altino Prazeres (PSTU)

Altino Prazeres, é um candidato de 57 anos, que tem seu caminho pautado nos movimentos sociais e sindicais, especificamente dentro do contexto ferroviário e metroviário. Está na direção do Sindicato de Metroviários e da Central Sindical e Popular Conlutas (CSP – Conlutas), trazendo para sua candidatura uma experiência nas questões trabalhistas e sociais que propõe à prefeitura de São Paulo pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU).

Apesar de suas tentativas anteriores, Altino não conseguiu ser eleito como prefeito de São Paulo em 2016, nem governador do Estado em 2022. 

Baixe aqui do plano de governo de Altino Prazeres

 Bebetto Haddad (DC)

Alberto Felippe Haddad Filho, conhecido como Bebetto Haddad, é um empresário de s escolhido como candidato do partido Democracia Cristã (DC) para a eleição à Prefeitura da capital paulista. Ele assumiu a candidatura após a desistência de Fernando Fantauzzi, que era o pré-candidato do partido, pouco antes da convenção partidária.

Bebetto tem uma trajetória política marcada por sua atuação principalmente no cenário paulistano. Embora seja mais conhecido por sua carreira como empresário, ele também tem um histórico de participação na política, sendo vereador por um mandato e uma teve uma atuação como Secretário Municipal de Esportes, Lazer e Recreação.

Bebetto Haddad é o único candidato à prefeitura da cidade que não possui plano de governo protocolado no TSE ou disponível em suas plataformas de comunicação. 

Datena (PSDB)

José Luiz Datena, candidato de 67 anos do PSDB à prefeitura de São Paulo, conhecido popularmente por sua trajetória na televisão paulistana, apresentando programas jornalísticos com destaque nas pautas sobre segurança pública, usa como estratégia de discurso em sua campanha política, assim como outros (as) candidatos (as), ser uma alternativa a polarização usando falas em entrevistas que “não será marionete da polarização entre Lula e Bolsonaro”. 

O candidato do PSDB, explora em seu plano de governo o fator do desenvolvimento próspero da cidade, como a geração contínua de empregos para a população, principalmente das periferias, além de abraçar o discurso de construir uma cidade inclusiva, coisa que segundo o mesmo nunca foi uma prioridade nos governos anteriores. 

Datena oficializou sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB em 2024, após ter desistido de quatro campanhas eleitorais anteriores. Em 2016, ele foi pré-candidato a prefeito pelo PP, mas abandonou a disputa devido ao envolvimento do partido no escândalo do Petrolão. Em 2018, planejava concorrer ao Senado pelo DEM, mas recuou. Nas eleições de 2020, pensou em ser vice-prefeito na chapa de Bruno Covas pelo MDB, mas desistiu novamente. Em 2022, tinha a intenção de disputar o Senado pelo PSC, mas mais uma vez não seguiu adiante. Ao longo de sua trajetória, foi filiado a 11 partidos diferentes.

Baixe aqui do plano de governo de José Luiz Datena

Guilherme Boulos (PSOL)

Guilherme Boulos é uma figura que tem ganhado destaque na política brasileira há alguns anos, especialmente na cidade de São Paulo. O candidato é formado em Filosofia e tem especializações na área da saúde, conhecimento que traz para suas campanhas e planos de governo. Boulos é coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e ganhou evidência nacional através do trabalho que constrói junto aos movimentos sociais, na defesa dos direitos dos trabalhadores e luta por políticas de habitação. 

O candidato do PSOL tentou se eleger à presidência da república em 2018, ano que seu nome ganhou mais visibilidade no país e, em 2020, novamente para prefeito de São Paulo. Embora não tenha tido vitória nas corridas eleitorais em cargos do Poder Executivo, sua eleição para deputado federal em 2022 impulsionou sua carreira, já que foi o mais votado, com cerca de 1 milhão de votos, o que solidificou sua influência e visibilidade na política brasileira.

Baixe aqui do plano de governo de Guilherme Boulos

João Pimenta (PCO)

João Pimenta é um jovem candidato do Partido da Causa Operária (PCO), conhecido por sua postura de extrema-esquerda e pela defesa de um governo voltado para os trabalhadores. Com 27 anos, ele é o mais jovem concorrente nas eleições municipais e desempenha papéis importantes dentro do partido, como coordenador da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) e membro da direção nacional do PCO.

Pimenta também é membro do Conselho Editorial do Diário Causa Operária (DCO) e da Causa Operária TV (COTV), além de coautor do livro “A Era da Censura das Massas”, escrito em conjunto com seu pai, Rui Costa Pimenta, sendo o fundador do partido.

Seu plano de governo reflete as posições radicais do PCO, propondo soluções como a redução da jornada de trabalho para 35 horas semanais, um salário mínimo vital de pelo menos R$7.500, liberdade total de expressão, reforma agrária, e a defesa dos direitos democráticos da população. Ele acredita que a única maneira de resolver os problemas enfrentados pela classe operária é por meio de uma revolução, promovendo um governo dos trabalhadores, sem a participação de banqueiros, do mercado financeiro e dos grandes empresários.

Baixe aqui do plano de governo de João Pimenta

Marina Helena (NOVO)

Marina Helena, de 34 anos, é uma economista brasileira que ganhou destaque no cenário político, especialmente por sua atuação no Ministério da Economia durante o governo de Jair Bolsonaro, onde foi diretora de desestatização. Nessa função, ela esteve envolvida em processos de privatização e reestruturação de empresas estatais, o que reflete sua orientação favorável à redução do papel do Estado na economia.

Como candidata à Prefeitura de São Paulo pelo Partido Novo nas eleições de 2024, Marina Helena defende ideais que estão alinhados com a direita brasileira, focando em eficiência administrativa, desburocratização, e maior participação do setor privado na gestão pública. Sua campanha enfatiza a importância de políticas públicas que promovam a livre iniciativa, a concorrência, e a responsabilidade fiscal.

Baixe aqui do plano de governo de Marina Helena

Pablo Marçal (PRTB)

Pablo Marçal, influenciador e empresário de 37 anos,  que decidiu entrar na corrida eleitoral para a Prefeitura de São Paulo através do PRTB, trazendo uma candidatura como opção à ultra direita na capital. O candidato usa como estratégia a tentativa de preencher um nicho político específico e mobilizar eleitores que se identificam com a agenda conservadora.

Marçal tem direcionado sua campanha em atrair eleitores bolsonaristas, o candidato se posiciona como uma alternativa dentro da própria direita se opondo as propostas de Ricardo Nunes, atual prefeito, e usando a seu favor a insatisfação dos eleitores que se identificam com a agenda conservadora, mas que podem não estar de acordo com a escolha de Bolsonaro. 

O candidato ingressou na política em 2022 quando tentou se eleger como deputado federal pelo partido PROS, porém sua candidatura perdeu força ao ser multado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por disseminar desinformação, como o caso do conteúdo publicado por Marçal que vinculava o Partido dos Trabalhadores (PT) à distribuição do “kit gay”. O TSE determinou a remoção desse conteúdo, classificando-o como “desinformação circular”. 

Baixe aqui do plano de governo de Pablo Marçal

Ricardo Nunes (MDB)

Ricardo Nunes é empresário de 56 anos e começou sua carreira na política em 2013, quando se elegeu como vereador em São Paulo. Mas, ficou conhecido durante a gestão do ex-prefeito Bruno Covas, quando era vice-prefeito da cidade e precisou assumir a Prefeitura de São Paulo, após Covas falecer, vítima de câncer, em 2021. Nunes já havia exercido o cargo de vereador por dois mandatos antes de se tornar vice-prefeito, e sua experiência se abrange devido à atuação tanto no legislativo quanto no executivo.

Nunes, que está no poder e concorre a reeleição, não apresenta alto nível de rejeição por vir de uma gestão interina e, por outro lado, não apresenta números expressivos de “presença política” para a cidade de São Paulo.

Baixe aqui do plano de governo de Ricardo Nunes

Ricardo Senese (UP)


Ricardo Senese, de 37 anos, é o candidato do Unidade Popular (UP) à Prefeitura da capital e está participando de sua primeira disputa política.Metroviário de profissão, Senese é envolvido com o movimento sindical e ganhou visibilidade após ser preso durante um protesto contra a privatização da Sabesp em 2023.

O programa de governo do UP, partido de esquerda, inclui propostas radicais voltadas para o controle social dos monopólios e consórcios capitalistas, além da nacionalização e controle popular do sistema financeiro. Entre as propostas destacam-se:Controle social de todos os monopólios e dos meios de produção nos setores estratégicos da economia; Planificação da economia para atender às necessidades da população e reduzir as desigualdades regionais e sociais; Garantia de emprego e trabalho obrigatórios para todas as pessoas adultas capazes de trabalhar, entre outros.

Baixe aqui do plano de governo de Ricardo Senese

Tabata Amaral (PSB)

Tabata Amaral é uma jovem de 30 anos, deputada federal brasileira, que tem se destacado no cenário político por suas posições firmes em temas como educação e questões sociais. Ela se apresenta como uma alternativa à polarização política do país, mas sua trajetória tem gerado controvérsias, especialmente devido ao seu apoio a pautas conservadoras.

A candidata votou a favor da reforma da previdência, apoiou a privatização dos Correios, e também foi favorável à liberação do trabalho aos domingos e feriados sem pagamento adicional. Além disso, ela votou a favor do congelamento dos salários de professores e servidores públicos, o que atraiu críticas de setores progressistas que veem essas medidas como prejudiciais aos direitos dos trabalhadores.

Como deputada federal, aprovou projetos importantes como Tabata Amaral, deputada federal por São Paulo, apresentou projetos de lei focados em educação, saúde e igualdade de gênero. Alguns dos principais incluem:

– PL 2401/2019: Criação do Sistema Nacional de Educação (SNE), para melhor coordenação entre governos.

– PL 4962/2019: Promoção da saúde mental nas escolas.

– PL 1953/2020: Medidas emergenciais para a educação básica durante a pandemia.

– PL 5043/2020: Combate à pobreza menstrual, com distribuição gratuita de absorventes.

– PL 5291/2020: Incentivos para mulheres nas ciências exatas (STEM).

Essa matéria não contém dados apenas sobre os candidatos escalados para os debates televisionados e/ou candidatos, com bom posicionamento nas pesquisas eleitorais, essa é uma breve apuração de todas as candidaturas válidas divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral.

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